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Crianças fazem proposições de Ano Novo?

Um ano vai, outro ano vem. É hora de balanço: reviver acontecimentos e sentimentos, e propor coisas novas (e normalmente grandiosas) para o novo ciclo. Neste momento, os adultos fazem suas proposições de Ano Novo. Mas, e as crianças? Elas poderiam também fazer suas proposições, e se beneficiar com a vivência deste processo? Os bebês e as crianças pequenas não tem noção do tempo. Com o desenvolvimento e amadurecimento, começam a distinguir entre manhã e noite, entre os finais de semana e os demais dias. Começam a comparar a duração das atividades e depois a distinguir o antes e o ontem (passado), o agora e o hoje (presente) e o depois e o amanhã (futuro). Somente aos cinco anos, percebem mais claramente a sequência dos dias e semanas e já conseguem contar os dias que faltam para a chegada de um evento esperado. Assim, a noção da sequência temporal - anos, meses, semanas, dias, horas - não está presente a priori na mente da criança, mas requer uma construção. Evolui gradualmente e vai se consolidando nos primeiros anos de vida, em conjunto com as memórias, quando desenvolve-se a noção sobre a sucessão de acontecimentos e sobre a ideia de simultaneidade. Para lidar de forma plena com o tempo, é preciso antes compreender as formas de medidas, como os números marcados no relógio ou em um calendário.

Por isso, a comemoração do Reveillón para um bebê e para uma criança pequena não significa muita coisa - além de festa, família e amigos reunidos e as luzes e barulhos dos fogos de artifício.

Contudo, crianças um pouco maiores, a partir dos 7 anos, já conseguem entender o que significa a chegada de um novo ano. Em fase escolar fundamental, a noção de tempo está muito mais desenvolvida, pela repetição da rotina, pela compreensão da leitura, da escrita e da sequência numérica e da melhor organização de tempo e espaço e da vida em sociedade. Quase todo mês tem alguma data comemorativa - e elas entendem que fatos passados se relacionam com o presente. Elas tem o entendimento cronológico da passagem do tempo, que pode ser relacionado à idade das pessoas da família, quem nasceu antes, quantos anos vivem certos animais e quanto tempo dura uma partida de futebol. A noção de ação e consequência também está mais consolidada: se ela agiu de modo correto, recebe elogios e fica feliz; se agiu de modo incorreto, recebe broncas e fica de castigo. As crianças começam a perceber que suas ações, escolhas e comportamentos provocam efeitos, as levando para uma situação de felicidade ou as afastando dela. A partir desta idade, pode ser muito interessante ensinar as crianças e os adolescentes a fazer proposições, dentro do contexto da sua realidade. Proposições são intenções impregnadas pelo desejo de ser uma pessoa melhor e construir um mundo melhor.

Comece fazendo junto com a criança um balanço do ano que passou: quais foram os momentos mais marcantes? Quais os momentos mais tristes? Como ela foi na escola? Quais amigos novos conheceu? Que novas habilidades adquiriu? Valorize sua conquistas, suas boas ações, seus momentos felizes em família e entre amigos.

Então, incentive que ela faça uma reflexão: o que ela gostaria de mudar? Como as coisas podem ser diferentes? O que pode ser feito para isso acontecer? Por fim, ajude-a a fazer uma lista com aquilo que decidiu - não precisa ser muito grande! O importante é ela entender que precisa ter empenho e disciplina para cumprir uma proposição. Guarde a lista em um local especial e lembre de rever ao longo do novo ano, para conferir se ela está seguindo pelo caminho certo daquilo que propôs para si mesma.

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